“O Cabeça” Ênio Andrade: O outro gênio do futebol brasileiro

Aproveitando a remontada da coletiva do novo treinador Tite no comando técnico da Seleção Brasileira, o próprio treinador citou dois treinadores que, para ele são considerados como referências: Telê Santana e Ênio Andrade.

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Hugo de Léon, o capitão gremista que deu o sangue pela Libertadores
Simplesmente, o REI DE ROMA.

Ambos tem trajetórias distintas: Enquanto um treinava e marcava sua história no comando da Seleção, o outro carregava os louros de glórias,onde conquistou três títulos nacionais, por três equipes diferentes: Internacional, Grêmio (sim! Ele fez um feito parecido – a única diferença é que Evaristo jogou; Ênio comandou – com o de Evaristo de Macedo, que conquistou títulos e glórias, atuando por Real Madrid e Barcelona, ternos e eternos rivais) e Coritiba.

Fez parte do Renner, que bateu Inter e Grêmio em 1954, fato que só aconteceria novamente no Gauchão de 1998, com o Juventude. Curiosamente, se não fosse o time o Alvi-verde, o time que tiraria essa sina seria o Caxias em 2000, time este comandado por… Tite.

Comandou o único time a conquistar o Brasileirão de forma invicta: O Internacional de 1979 começou com 0 derrota e terminou a competição com 0 derrota. Demitido no ano seguinte por aquele que é considerado o pior presidente da história do Internacional, José Asmuz, e de lá, saiu para o rival Grêmio.

No Tricolor gaúcho, garantiu um título nacional em 82, criando uma base para aquela equipe que bateria o Hamburgo na decisão do Mundial de 1983, batendo somente o São Paulo, time que, ao lado do Flamengo, eram considerados simplesmente a base da Seleção Brasileira treinada por Telê. Vitória no Olímpico e título no Morumbi.

Novas idas e vindas o fizeram chegar ao Coritiba em 1985, onde montou uma equipe que sabia seus objetivos e onde poderia chegar. Tanto que, foi desta forma que o time chegou a uma inusitada decisão contra o Bangu, onde o time curitibano venceu nas penalidades, e sendo o primeiro time do Paraná a conquistar um Brasileirão (A outra equipe foi o Atlétic0-PR em 2001, com outra final alternativa, contra o fenômeno São Caetano).

Os atletas o achavam como um paizão, um chefão, mas que defendia seus atletas a todo custo. Foi adorado por muitos (e odiado pela imprensa nacional), e foi desta forma que ele montava boas equipes, equipes versáteis, que sabiam jogar, mas que não tinham nenhum rancor de dar um chutão. O Inter invicto, o Grêmio que se moldava para ser campeão do Mundo no ano seguinte; o Coxa que calou o Rio de Janeiro.

‘Seo’ Ênio entendia a linguagem do boleiro, do jogador. Por isso, a referência de Tite é válida: Se o time mesclar a plasticidade implementada por Telê e a gana e obediência tática que Ênio buscava ter a exaustão com os jogadores, podemos dizer que o Brasil estará bem servido de um treinador cuja escola não venceu uma Copa do Mundo por pura casualidade.

Quem perdeu foi a Copa do Mundo.

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